pensado, escrito, fotografado e inanimado por ricardo xavier

11/06/12

TAKE UÁNE

enquanto o mundo financeiro 'engendrou' um apetite canibalista, com as consequência vistosas, o mundo cão -vulgo cachorro quente- parece ter perdido o apetite carnal e preferir, cada vez mais, o vegetal.
take tu.

04/06/12

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fecheaboca-abra-lheosolhos e oiça atentamente o que eu vou dizer (também pode ler, se lhe der mais prazer):
o nosso povo mundial, o que vive aqui no planeta e o que anda emigrado por outros, é muito estúpido. em primeiro, porque ainda não aprendeu a viver sózinho; em segundo lugar, porque ainda não parou de querer viver em harmonia. ora, isto coloca-me vários problemas de origem matino/cerebral (que é onde tudo começa e acaba, não é?): -como ligar os filamentos cerebrais à televisão, e a cores? -como fazer um casmurro ouvir sem distorcer o som que eu, eloquentemente, produzo? -quando ir para intervalo, durante este gigantesco jogo do mundial dos quatros cantos do mundo mais o centro, e pensar bem se valerá todas as penas voltar para acabar a segunda parte? -quantos euros serão precisos para que um euro seja mais precioso do que outro? -como, quanto e quando como?... -e terei dado corda ao tempo a tempo?

25/05/12

COMENDO-AS

o meu país, que tantas comendas dá, medalhado até ao peito por tudo ter feito, já não tem peito que chegue. no passado conquistou terras em continentes por ai além. agora, incontinentes, somos conquistados; primeiro pelos deputados, depois pelos tarados, entremeados por doentes do alheio que se apoderam de todo o recheio. também chegaram os outsiders' com paixão pel'austeridade, e pela depilação total, enquanto os native speakers falam baixinho em fazer umas revoltazinhas, em delapidar os diamantes... sem revolver muito, nem tiro ou cravo, meditamos profundamente naquilo que está mal aviado. e de queixos caiados, lábios calados, dores cavadas, lambemos os cartões do partido à espera de uma miganha caída. a caída ganha outro sabor; mais pungente do que a que entrou na boca do queixo à mesa apoiado. eu sou um comedido, também, e sempre caio na tentação de dar o braço a torcer a roupa antes de a pôr a corar ao sol -que já não ilumina senão o meu ínfimo pormenor de coragem espremida até não ter seiva para dar pontapés na tona. na lona. na mona. nabona.

21/05/12

FACA E QUEIJO

o meu homónimo foi um retumbante sucesso na sua primeira aparição na bolsa de valores sem vapores. apenas oito -8- anitos a produzir ignorância, e pouco mais, e é, já, uma empresa mais valiosa do que o próprio planeta. espero que não saia um calção. formato balão. ou tipo camisolão. mea culpa: já o uso para fins comerciais. vã lã.

05/05/12

A FUNDA

citação: «O símbolo CE é obrigatório na União Europeia. Para vender dentro das fronteiras da comunidade, os fabricantes têm de os marcar com este símbolo (ou a embalagem, se o produto for muito pequeno). O símbolo é apenas uma auto-declaração, na qual o fabricante afirma que o seu produto cumpre os requesitos de segurança das normas específicas. O produtor deve guardar a declaração junto dos documentos técnicos do produto.» fim de citação. blá, blá, blá. mas desde quando é que um produto, como o 'funda mantas' aqui ao lado, a tresandar a petróleo que até parece que estou a abastecer o carro, pode ser comercializado legalmente? nem na china. que é onde parece eu estar sempre que entro em determinados locais comerciais e detecto um odor a... petróleo; além de incomodar, é óbvio que faz mal à saúde, à economia, e até ao ponto final

28/02/12

LIVROS AMAIS?

nunca neste pequenininho país houve tanto escrivador publicado. e nado. os livros, uns mais grossos outros mais obtusos, uns mais longos outros mais enfadonhos, uns mais hábeis outros mais habilitados, são, regra geral, uma dor de cabeça para a reflorestação do país mas uma dádiva para os incendiários sem fósforos. claro que muito do palavreado sai borratado, quase hieroglífico. é conforme. por isso estamos todos de parabéns: já que não vemos lemos!
notinha: até aqui, na ilha de s. miguel, há mais escritores que árvores.

27/02/12

DE SUCESSO EM TUCESSO

a crise nacional, a de portugal para que se saiba a minha nacionalidade, nada deve aos seus, mal ditos pronomes possessivos, políticos-empresário, políticos-gestor, políticos-actor, políticos-de-cor-e-salteado, com a sua grande experiência genealógica, a sua grandiosa virtude promocional, a sua imaculada procissão, ah! qualquer coisa que me não lembro mais, mas, sim, um bem disposto advérbio, às suas políticas-empresário, políticas-gestor, políticas-actor e políticas-de-cor-e-salteado,
sem eles, os primeiros, o que seria de nós? das nossas empresas públicas? das canelas do nosso país? aliás, já teriamos sucumbido ao sucumbo há décadas atrás. atrás desse atrás viria o atraso -sempre atrás dele por falta de vontade própria!- logo seguido pela banca rota, apesar dos imaculados fatos, e de uma provável queda no nosso abismo favorito: o sal azarismo -também conhecido por sal galhada- e sempre temperado com sal azar.

13/02/12

OS PARLAPATÕES DA MINHA TERRA


já não me creio com estamina, nem manima, suficiente para louvar mais os nossos enfraquecidos (de tanto trabalharem) políticos; quer do arco da governação, quer do arco da velha, quer do arco tráfico. isto porque, admitamos a coisa com firmeza, eles são para aí uns dois milhares (desde as juntas de freguesia até às juntas da folia) e nós somos, com eles descontados, para aí uns 9.999.99 descendentes dos primeiros povoadores lusitos. então não somos mais do que eles? então não podemos ajudá-los tão rápida e eficientemente que eles logo fiquem a saber que estão a transbordar para fora do alheio? mas em vez disso, e d'outras coisas, o que nós mais gostamos de fazer é ver pelo canto do fado, é prometer pela nossa saúde, é ir à missa no centro comercial, é passear de carro enquanto vamos a pé a fátima, é sofrer com empanturramentos de tudo, é o sofá enquanto a tv colorida debita programas decifrados, é a burlice que é a nossa espertice...
pois também não será bem assim, assaltado que estou por dúvidas bem amamentadas. nem como provar os fatos sei. bom, peço desculpas por me ter precipitado sem andamento.

12/02/12

APAGÕES NÃO ILUMINAM A PAGÕES


a capacidade de visualizar para baixo do umbigo sempre foi problemática para quem tem uma grande barriga. essa assintomática incapacidade introduziu-se, qual mania vegetariana, na política mundial do dia para a noite. ou da noite para o dia, conforme o hemisfério. não, não foi um desdou; nem da sabedoria, nem da experiência, nem de algo senão do nada. ( nada nada?) além do pouco, quase nada, que já escrevi sobre o assunto, muito pouco mais há para escrever… a não ser que a doideira chega, fácilmente, para todos. temos, pois, que privatizar tudo outra vez, em especial a responsabilidade tostalitária. quanto ao resto… espero poder dar- lhe alta num nadinha de nada.

poema: o rapaz do chá de gaza
trago chá quente
e misturo-me na multidão
mutilada do hospital de gaza
vendo a doutores e enfermeiros,
a doentes e, a guerreiros
sempre prontos a disparar
por tudo e por nada,
mesmo dentro do hospital...
volto a casa e preparo mais chá
para ir para o hospital de gaza
à multidão mutilada por vezes fio,
outras, vendo pelas ruas
o meu pai está desempregado,
o meu país esmagado,
consumido, enganado e a
ficar maluco, creio
(c) r.x. 2006.10.5 amsterdão

07/02/12

NUNCA DUVIDEI DAS CAPACIDADES DOS NOSSOS MAIORES MENTECAPTOS

aliás, não só nunca duvidei como sempre acreditei que seriam um sucesso junto de familiares e mais.
o esforço sobre-humano, a atenção ao detalhe, o cuidado com a risca do cabelo, a forma e a cor das gravatas, o ar grave e limpo, as mãos miraculosamente manicuradas, os pés prefeitamente ensapatados e perfumados, as cuecas invisíveis a olho nú por dentro das calças segurando e aconchegando portentosos tomates, os sovacos bem barbeados, os rabinhos também bem aconchegadinhos nas ditas cuecas invisíveis a olho nú e com direito a estofos do melhor e pouco ou nada coçados, as cabeças brilhantes com ideias reluzentes e fora de sério... (pausa para respirar, suspirar e ganhar alento para mais...) e os fatos feitos do mais respeitado tecido que o respeito pode cortar à tesouraria, para não falar do amor pátrio por todos os súbditos que, fiélmente vergados perante tamanha prontidão de lhes tratar minuciosamente da lorpa, se deixam levar ao colo mesmo até à beirinha do raio que os parta.

28/01/12

JUSTIÇA À LAGAREIRO


O primeiro ‘justiceiro’ por quem tive uma admiração, quase ao nível do fanatismo reservado para algumas estrelas pop-rock, foi o comissário Corrado Cattani, da série televisiva italiana “O Polvo” (que nunca teria sido realizada dependesse o apoio de alguma das televisões controladas pelo senhor Burlesconi). Antes dele já tinha um fraquinho pelo Zé do Telhado, mas a distância temporal era tão grande que só teve o efeito de uma mera personagem de folhetim. Depois do mítico Corrado, só a procuradora portuguesa Maria José Morgado e o juíz espanhol Baltasar Garzón tiveram o mesmo impacto, menos a componente emocional da vida e tragédias pessoais de Cattani. Tudo isto a propósito do ‘linchamento’ de que o juiz Garzón está a ser víctima, em Espanha, por ter mexido com os pod(e)res instalados; sejam os ligados aos partidos políticos espanhóis, sejam os ligados ao defunto ditador Franco, como contra Pinochet e Berlusconi, entre outras coisas mais, e que é, para mim, uma fonte de angústia, vergonha e desalento. Pese embora a esperança de que ele saberá defender-se com unhas e dentes. Quanto a Maria José Morgado, que se bate com afinco e galhardia pela justiça naciomal, a situação é mais do tipo ‘chover no molhado’ já que nem emenda tem o soneto, como já nem soneto existe para…

27/01/12

REDES ESGOTADAS


a rede social é bestial. vê-se pelos laiques. pelos taiques. sem deslaiques. é tão útil como a sociedade limitada. como o passe bem social. cada vez mais informal. cada vez mais fornada. muitas vezes em patada. também a segurança é menos brutal e mais natural. de tiros. de guerreiros em carreira. viva la bamba na corda e sem rede. nobel. saia um pirolito por cada litro. "it's only rock & roll but i like it!" enfim, que poderei eu afirmar que me ponha fino onde não o tino.

26/01/12

ECONO MIAS


quando acordar é um trabalho pesaroso concerteza que poderá ser doloroso mas nunca deveria de ser doloso. gulosos não são sinónimos de merdosos mas rimam com eles. também temos os ésses que temo mais do que os oitos e menos do que as curvas. assim acalmo as patas dos patos enquanto lavo os pratos e pulo as pratas sem usar a segunda mão. mamão rima com limão e com ladrão mas não com sim. 

16/01/12

TRiUNFALL iN LOVE


ando arredado das escritas conspirativas desde há demasiado tempo. não por falta dele mas por falta dela. a vontade, que nem é a minha. mas, pelo que vejo e oiço, e também pelo que não vejo nem oiço, não tenho feito falta alguma; os políticos portugueses do arco da governação, do asco dela, e de fora também, têm feito um prestimável trabalho. em conspirações. em nomeações. em absolvições. em adulações. em confusões. em tostões. em privatizações. em secrecções. em marcenaria. voltarei à carga.