A DANÇA DO ENTRE

a azáfama é tanta para concorrer às vagas que os nossos políticos já nem se dão ao trabalho de disfarçar a ansiedade pelo badalo, mordomias, entrevistas, viagens, etc., tal a voracidade, para não dizer alegria, como se movimentam no meio dos escombros do país. também denota a não menos importante falta de responsabilidade com que os ditos cargos vem atribuídos. além dos sorrisos abismais de uns, e a pose de funeral de outros -que até se prestaram, e muito bem, como ajudantes de cangalheiro- tudo parece rodeado da mais profunda profissionalidade; tal qual uma longa série televisiva, cujo guião é, anos a fio, dramáticamente filmado, com a comédia relegada para os ensaios.